Julizar Dantas

23/06/2013

Saúde pública: a proposta da Presidente é incoerente, demagógica e equivocada

Durante o pronunciamento da Presidente Dilma Rousseff, em cadeia nacional de rádio e televisão, entre as propostas formuladas, a Presidente afirmou que vai ”trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS”.

Considerando a dura realidade da saúde no Brasil, que se torna mais crítica nas pequenas cidades do interior e na periferia das grandes cidades, a proposta formulada pela Presidente é incoerente, demagógica e equivocada.

Incoerente, porque as exigências legais para o exercício da Medicina no Brasil incluem a revalidação de diplomas de médicos estrangeiros e de brasileiros obtidos no exterior. A incoerência acontece quando esta exigência é dispensada para a importação de “milhares de médicos do exterior” pela Presidente.

Os médicos que concluíram o curso de medicina no exterior e desejam exercer a Medicina no Brasil são submetidos ao “Revalida” _ um exame nacional realizado em parceria com algumas Universidades Federais, para aferir as competências necessárias para o exercício da Medicina. No Brasil esse exame foi instituído pela Portaria interministerial nº 278, de 17 de março de 2011. Não se questiona a abertura do exercício da Medicina para médicos de outros países, porém, é inadmissível a liberação da exigência legal e necessária dessa avaliação para aferição dos conhecimentos técnicos e de língua portuguesa. Estas exigências ocorrem em todos os países desenvolvidos e civilizados. Por exemplo, o Reino Unido (General Medical Council) exige a validação do diploma e avaliação da fluência em Inglês, além de outras exigências.

Demagógica, porque o cerne da questão não está na carência de médicos, mas nas precárias condições de infraestrutura do Sistema Único de Saúde no Brasil. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são carentes de recursos primários, incluindo a falta de medicamentos, materiais para simples curativos e equipamentos essenciais para o exercício digno da Medicina, colocando em risco a integridade física e emocional do médico, da equipe de saúde e dos pacientes e desestimulando a fixação dos profissionais de saúde nas cidades do interior.

Portanto, a proposta é equivocada porque a solução efetiva para melhoria da assistência à saúde dos brasileiros inclui a melhoria dos processos de gestão em Saúde Pública, o banimento da corrupção e a instalação de Unidades do Programa Saúde da Família (PSF), Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) equipadas com laboratórios de análises clínicas, exames de imagens (Rx, Ultrassonografia, etc), entre outros recursos necessários, além de Hospitais de referência regionais aptos para atender a demanda da população. Depende ainda da alocação de recursos necessários para a formação de equipes multiprofissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes de saúde, odontólogos, farmacêuticos, bioquímicos, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros profissionais de saúde. Por isso, é necessário criar as condições necessárias para acelerar o processo de interiorização da Medicina de boa qualidade, interiorizando a infraestrutura básica com os recursos necessários para o bom atendimento da população. 

Necessita-se de uma política de Saúde Pública que promova a aceleração do processo de interiorização dos profissionais de saúde e da assistência médica de boa qualidade porque há uma má distribuição da densidade de médicos no Brasil, constatando-se uma excessiva concentração deles nos grandes centros, especialmente, nas regiões Sul e Sudeste. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza como parâmetro satisfatório para a atenção à saúde da população a relação de 1 médico para cada 1.000 habitantes. O Brasil chega em 2013 com 400 mil médicos, apresentando a taxa de 2,0 médicos por 1.000 habitantes. A Região Sudeste alcança 2,7 médicos por 1.000 habitantes.

As alternativas para solucionar esses gargalos da assistência médica são a implantação da carreira federal no SUS para médicos e equipe de saúde; a garantia de acesso dos médicos e pacientes a insumos e equipamentos de diagnóstico e terapia; o apoio de equipe multiprofissional; o acesso às redes de referência e contra-referência (leitos, exames e outros procedimentos) para encaminhamento de casos diagnosticados; a garantia aos médicos participantes de monitoria (presencial e à distância) vinculada a programas de extensão de escolas públicas de Medicina e o estabelecimento de vínculo contratual entre os médicos e equipe de saúde com o Ministério da Saúde, com vínculo provisório de 36 meses, para recém-formados em Universidades Federais e no PROUNI, como contrapartida pela formação gratuita e vínculo permanente para profissionais com experiência aprovados em concurso público.

O financiamento deve vir dos recursos federais arrecadados pela excessiva carga tributária e pela destinação equitativa de cem por cento dos recursos do petróleo para a saúde e educação.

É o que penso!

Julizar Dantas

Mestre em Saúde Pública, Cardiologista, Médico do Trabalho

PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA

ARTIGOS COMPLETOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS

Dantas, J. ; Mendes, R. ; Araújo, TM . Hipertensão Arterial e Fatores Psicossociais no Trabalho em uma Refinaria de Petróleo.. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, v. 2, p. 55/1-68, 2004.

Dantas, J. ; Teixeira, J. W. . Fatores de risco coronariano em trabalhadores de turnos ininterruptos de revezamento.. SOS. Saúde Ocupacional e Segurança, v. 1, p. 6-20, 1990.

LIVROS PUBLICADOS/ORGANIZADOS OU EDIÇÕES

Dantas, J. . Trabalho e Coração Saudáveis. Aspectos psicossociais. Impactos na promoção da saúde.. 1a.. ed. Belo Horizonte - MG: Ergo Editora, 2007. v. 1. 208 p.
Dantas, J. . Questões de medicina do trabalho. Rio de Janeiro: Teoria & Prática Editora, 1997. v. 1.

Dantas, J. . Coração e fatores de risco. Qualidade total na promoção da Saúde.. 1a. ed. Belo hoeizonte: Editora o Lutador, 1996. v. 1. 168 p.

CAPÍTULOS DE LIVROS PUBLICADOS

Dantas, J. . Patologia cardiovascular relacionada ao trabalho. In: René Mendes. (Org.). Patologia do trabalho. 3a. ed. Rio de janeiro: Atheneu, 2013.

Dantas, J. . Patologia cardiovascular relacionada ao trabalho. In: René Mendes. (Org.). Patologia do trabalho. 2a. ed. Rio de janeiro: Atheneu, 2003, v. II, p. 1295-1328.

TEXTOS EM JORNAIS DE NOTÍCIAS/REVISTAS

Dantas, J. . Estresse e trabalho. Revista Proteção, Revista Proteção, 30 abr. 2006.

Dantas, J. . Do peão ao patrão: o alcoolismo nas empresas - Parte I. Jornal Estado de Minas - Coluna Recursos Humanos, Belo Horizonte, 19 jun. 2000.

Dantas, J. . Do peão ao patrão: o alcoolismo nas empresas - Parte II. JORNAL Estado de Minas - Coluna Recursos Humanos, 25 jun. 2000.

Dantas, J. . O estresse e a qualidade de vida no trabalho. Jornal Estado de Minas - Coluna Recursos Humanos, 22 dez. 1996.

Dantas, J. . O Coração e os Fatores de Risco. Jornal Estado de Minas, Belo Horizonte, p. 7 - 7, 19 jun. 1996.

Dantas, J. . Qualidade total na promoção da saúde. Jornal Estado de Minas - Coluna Recursos Humanos, Belo Horizonte, 11 fev. 1996.

RESUMOS PUBLICADOS EM ANAIS DE CONGRESSOS

Dantas, J. ; Mendes, R. ; Araújo, TM . Association between psychosocial job characteristics and arterial hypertension in an oil refinery in Brazil. In: 4th International Conference on Work Environment and Cardiovascular Diseases, 2005, Newport Beach, California. 4th International Conference on Work Environment and Cardiovascular Diseases, 2005. p. 64-64.

APRESENTAÇÕES DE TRABALHO

Dantas, J. ; Mendes, R. ; Araújo, TM . Hipertensão arterial e fatores psicossociais no trabalho em uma refinaria de petróleo. 2004. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).

Dantas, J. ; Teixeira, J. W. . Fatores de risco coronariano em trabalhadores de turnos ininterruptos de revezamento. 1989. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).

Dantas, J. . Fatores de risco coronariano, teste ergométrico e reabilitação física em medicina do trabalho. 1985. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).

Dantas, J. Cisto pericárdico verdadeiro congênito celõmico. 1979. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).

Dantas, J. Avaliação nutricional de crianças de creche em Belo Horizonte: III Desnutrição proteico calórica. 1976. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).

Atualização em Promoção da Saúde no Trabalho (1) - Carta de Ottawa

O conceito de Promoção da Saúde é resultante do processo de discussão e construção coletiva estimulado pela Organização Mundial de Saúde – OMS. Um marco conceitual é a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde, a Carta de Ottawa, foi realizada no Canadá, em 1986. As suas principais premissas são:

  • Promoção da Saúde é o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade da vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente;
  • Políticas públicas saudáveis que reafirmem a justiça social e a eqüidade são pré-requisitos para a saúde. Combinam diversas abordagens complementares, que incluem legislação, medidas fiscais, taxações e mudanças organizacionais. Criam ambientes sociais e físicos comprometidos com a saúde e opções saudáveis de vida para os cidadãos. Reconhecem que a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global;
  • a criação de ambientes favoráveis à saúde tem um significativo impacto sobre a saúde. Trabalho e lazer deveriam ser fontes de saúde para as pessoas. A organização social do trabalho deveria contribuir para a constituição de uma sociedade mais saudável. A proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais devem fazer parte de qualquer estratégia de promoção da saúde;
  • a ação comunitária para o fortalecimento do poder das comunidades no desenvolvimento das prioridades, na tomada de decisão, na definição de estratégias e na sua implementação, visando à melhoria das condições de saúde, a posse e o controle dos seus próprios esforços e destinos;
  • o desenvolvimento de habilidades pessoais deve ser estimulado pela informação, educação, treinamento e capacitação para que as populações exerçam maior controle sobre a sua própria saúde e sobre o meio ambiente.
  • os serviços de saúde devem promover mudanças de atitude e na sua organização para que focalizem as necessidades globais do indivíduo e contribuam para a conquista de um elevado estado de saúde;
  • a saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como um objetivo de viver. Saúde é um conceito positivo que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas;
  • as condições e recursos fundamentais para a saúde são: paz; habitação; educação; alimentação; renda; ecossistema estável; recursos sustentáveis; justiça social e eqüidade.

Fonte: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Carta de Ottawa, 1986. Disponível em: <http://www.who.int/healthpromotion/conferences/previous/ottawa/en/index.html> Acesso em: 13 abr. 2011.

Atualização em Promoção da Saúde no Trabalho (2) - Política Nacional de Promoção da Saúde

A 6ª. Conferência Internacional de Promoção de Saúde, a Carta de Bangkok para a Promoção da Saúde em um Mundo Globalizado (Tailândia, 2005), identifica ações, compromissos e garantias requeridos para atingir os determinantes de saúde no mundo globalizado por meio da promoção da saúde. Ratifica que a Promoção da Saúde é um processo de capacitação de pessoas para exercerem controle sobre sua saúde e seus determinantes e, portanto, para melhorarem a saúde. Complementa e desenvolve os valores, os princípios e as estratégias de ação da promoção da saúde, estabelecidos pela Carta de Ottawa, assim como as recomendações das conferências subseqüentes.

            A Carta de Bangkok estimula os governantes, as comunidades, os profissionais da saúde, o setor privado e todos os envolvidos a atuarem cooperativamente pela promoção da saúde. Conclama que seja realizado um esforço mundial para atingir as metas e compromissos de saúde para todos e estabelece que a promoção da saúde seja:

  • um componente fundamental e estratégico da agenda política e de desenvolvimento mundial;
  • uma responsabilidade fundamental de todos os governos;
  • um objetivo primordial das comunidades e da sociedade civil; e
  • um requisito para boas práticas corporativas:
    • investir em ambientes de trabalho seguros e saudáveis;
    • assegurar que os processos produtivos, os produtos e as estratégias de marketing não prejudiquem a saúde;
    • ampliar as ações de responsabilidade social;
    • colaborar com setor público de saúde – acesso a serviços básicos de saúde de qualidade.

            A Carta de Bangkok afirma que o setor empresarial tem um impacto importante na saúde das pessoas e sobre os determinantes da saúde através de sua influência em:

  • cenários locais;
  • culturas nacionais;
  • meio ambiente;
  • distribuição da riqueza.

            O setor privado assim como outros empregadores e o setor informal têm a responsabilidade de assegurar a saúde e segurança no local de trabalho e de promover a saúde e o bem-estar de seus empregados, suas famílias e comunidades.

            O setor privado pode também contribuir para diminuir impactos globais mais amplos na saúde, tais como aqueles associados com a mudança ambiental global, por meio de aceitação de regulamentos locais, nacionais e internacionais e acordos para promover e proteger a saúde. Práticas empresariais éticas e responsáveis e as regras justas de comércio exemplificam os tipos de prática nos negócios que devem ser apoiados pelos consumidores e pela sociedade civil, e por incentivos e regulamentos governamentais.

FONTE: DANTAS, J. Trabalho e Coração Saudáveis. Aspectos psicossociais. Impactos na promoção da saúde. Belo Horizonte: ERGO Editota, 2007. 208p.

LINK: http://www.who.int/healthpromotion/conferences/6gchp/bangkok_charter/en/index.html

Atualização em Promoção da Saúde no Trabalho (3) - Carta de Bangkok

A 6ª. Conferência Internacional de Promoção de Saúde, a Carta de Bangkok para a Promoção da Saúde em um Mundo Globalizado (Tailândia, 2005), identifica ações, compromissos e garantias requeridos para atingir os determinantes de saúde no mundo globalizado por meio da promoção da saúde. Ratifica que a Promoção da Saúde é um processo de capacitação de pessoas para exercerem controle sobre sua saúde e seus determinantes e, portanto, para melhorarem a saúde. Complementa e desenvolve os valores, os princípios e as estratégias de ação da promoção da saúde, estabelecidos pela Carta de Ottawa, assim como as recomendações das conferências subseqüentes.

            A Carta de Bangkok estimula os governantes, as comunidades, os profissionais da saúde, o setor privado e todos os envolvidos a atuarem cooperativamente pela promoção da saúde. Conclama que seja realizado um esforço mundial para atingir as metas e compromissos de saúde para todos e estabelece que a promoção da saúde seja:

  • um componente fundamental e estratégico da agenda política e de desenvolvimento mundial;
  • uma responsabilidade fundamental de todos os governos;
  • um objetivo primordial das comunidades e da sociedade civil; e
  • um requisito para boas práticas corporativas:
    • investir em ambientes de trabalho seguros e saudáveis;
    • assegurar que os processos produtivos, os produtos e as estratégias de marketing não prejudiquem a saúde;
    • ampliar as ações de responsabilidade social;
    • colaborar com setor público de saúde – acesso a serviços básicos de saúde de qualidade.

            A Carta de Bangkok afirma que o setor empresarial tem um impacto importante na saúde das pessoas e sobre os determinantes da saúde através de sua influência em:

  • cenários locais;
  • culturas nacionais;
  • meio ambiente;
  • distribuição da riqueza.

            O setor privado assim como outros empregadores e o setor informal têm a responsabilidade de assegurar a saúde e segurança no local de trabalho e de promover a saúde e o bem-estar de seus empregados, suas famílias e comunidades.

            O setor privado pode também contribuir para diminuir impactos globais mais amplos na saúde, tais como aqueles associados com a mudança ambiental global, por meio de aceitação de regulamentos locais, nacionais e internacionais e acordos para promover e proteger a saúde. Práticas empresariais éticas e responsáveis e as regras justas de comércio exemplificam os tipos de prática nos negócios que devem ser apoiados pelos consumidores e pela sociedade civil, e por incentivos e regulamentos governamentais.

FONTE: DANTAS, J. Trabalho e Coração Saudáveis. Aspectos psicossociais. Impactos na promoção da saúde. Belo Horizonte: ERGO Editota, 2007. 208p.

LINK: http://www.who.int/healthpromotion/conferences/6gchp/bangkok_charter/en/index.html

Atualização em Promoção da Saúde no Trabalho (4) - Declaração de Luxemburgo)

Saúde e trabalho guardam uma relação de causa ou efeito. Tendo-se assumido, como premissa, que saúde é processo, é construção, isso torna a relação com o trabalho um dos principais determinantes dessa construção. O trabalho assume o status de um dos “determinantes de saúde” nos seus conceitos mais amplos.

            A cultura de excelência em Saúde, Meio ambiente e Segurança envolve a necessidade interna de cada um, que orienta comportamentos autônomos voltados para a prevenção, a redução de riscos, a preservação do meio ambiente e a promoção da saúde, sem a necessidade de regras e padrões externos formalmente definidos.

            A Promoção da Saúde no Trabalho consiste no esforço conjunto dos empregadores, dos trabalhadores, do Estado e da sociedade civil para melhorar a segurança, a saúde e o bem-estar no trabalho.

            O mundo do trabalho está passando por profundas e contínuas mudanças. Os principais desafios que se apresentam, são:

  • globalização;
  • fusões de empresas, downsizing e desemprego;
  • uso crescente da tecnologia da informação;
  • mudanças nas práticas de emprego (telemarketting, trabalho temporário);
  • envelhecimento da população;
  • importância crescente do setor de serviços;
  • número crescente de pessoas trabalhando em pequenas e médias empresas;
  • foco no cliente e gerência da qualidade.

            O futuro das organizações depende de empregados competentes, motivados e saudáveis. A promoção da saúde no trabalho tem um papel importante a desempenhar na preparação das pessoas e das organizações para enfrentar esses desafios. Criar ambientes saudáveis inclui a adoção de políticas e cultura que integrem a saúde como um dos critérios a considerar no contexto das decisões tomadas no decurso da vida de uma empresa. A Declaração de Luxemburgo (2005) destaca que a promoção da saúde no trabalho pode ser obtida pela execução de algumas estratégias:

  • melhorar a organização e o ambiente de trabalho;
  • promover a participação efetiva e concreta dos atores envolvidos ;
  • incentivar o desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores.

FONTE: DANTAS, J. Trabalho e Coração Saudáveis. Aspectos psicossociais. Impactos na promoção da saúde. Belo Horizonte: ERGO Editota, 2007. 208p.

Atualização em Promoção da Saúde no Trabalho (5) – Política Nacional de Segurança e Saúde do trabalhador

No Brasil, a Portaria Interministerial nº 800, de 3 de maio de 2005 estabelece os fundamentos da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador – PNSST. Ela foi formulada com a finalidade de promover a saúde e a qualidade da vida do trabalhador, mediante ações governamentais contínuas, articuladas e integradas no campo das relações de produção e consumo, ambiente e saúde. A PNSST amplia o conceito de trabalhador, incluindo todos os indivíduos que trabalharam ou trabalham como empregados assalariados, trabalhadores domésticos, avulsos, rurais, autônomos, temporários, servidores públicos, trabalhadores em cooperativas e empregadores, particularmente os proprietários de micro e pequenas unidades de produção e serviços, entre outros. A PNSST estabelece seis diretrizes.

I - Ampliação das ações de Segurança e Saúde do Trabalhador, visando à inclusão de todas os trabalhadores brasileiros no sistema de promoção e proteção da saúde.

II - Harmonização das normas e articulação das ações de promoção, proteção e reparação da saúde do trabalhador.

III - Precedência das ações de prevenção sobre as de reparação.

IV - Estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador.

V - Reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho e incentivo à capacitação e educação continuada dos trabalhadores responsáveis pela operacionalização da PNSST.

VI - Promoção de Agenda Integrada de Estudos e Pesquisas em Segurança e saúde do Trabalhador.

            A gestão da PNSST é responsabilidade do Grupo Executivo Interministerial de Segurança e Saúde do Trabalhador - GEISAT, integrado, no mínimo, por representantes dos Ministérios do Trabalho, da Saúde e da Previdência Social.

FONTE: DANTAS, J. Trabalho e Coração Saudáveis. Aspectos psicossociais. Impactos na promoção da saúde. Belo Horizonte: ERGO Editota, 2007. 208p.

Atualização em Promoção da Saúde no Trabalho (6) – Qualidade da Vida no Trabalho.

O trabalho pode atuar como uma condição favorável ou contrária ao bem-estar físico, psíquico e social, ou seja, ao estado de saúde plena. O adoecimento pode acontecer se houver exposição a condições ambientais ou psicossociais adversas. O trabalho saudável favorece o desenvolvimento pessoal, o aprimoramento das habilidades, o espírito de equipe e o convívio social, promovendo o bem-estar e a qualidade da vida.

Os modernos modelos de gestão integram as áreas de Saúde, Meio ambiente e Segurança – SMS. Pretendem garantir que os objetivos de SMS das organizações sejam atingidos segundo o planejamento. Buscam alcançar uma relação custo/benefício positiva, o aumento da eficiência e desempenho, a melhoria dos níveis de saúde e segurança, preservando o meio ambiente, e o reforço positivo da imagem da empresa em todos os segmentos da sociedade. A gestão em SMS depende fortemente de fatores ligados à cultura e à política organizacional. O sucesso somente será alcançado se todos os níveis da empresa, a partir de uma sólida liderança corporativa, estiverem comprometidos e envolvidos no processo.

A Promoção da Saúde no Trabalho também inclui a oportunidade de intervir favoravelmente na saúde dos familiares e da comunidade, contribuindo para atingir as metas de responsabilidade social das empresas – uma exigência do mercado extremamente competitivo em uma economia globalizada.

Qualidade da Vida no Trabalho

A Organização Mundial da Saúde define a Qualidade da Vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

A Qualidade da Vida abrange variadas condições que podem afetar a vida das pessoas, incluindo a sua condição de saúde. Qualidade da Vida refere-se a uma visão mais holística e humanística das relações entre as pessoas e o mundo que as cerca no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que a prevenção das doenças, o controle de sintomas, o aumento da expectativa de vida ou a diminuição da mortalidade.

A Qualidade da Vida no Trabalho está relacionada às condições organizacionais, ambientais e psicossociais do mundo corporativo que afetam a vida das pessoas, influindo nas condições de saúde e bem-estar. A qualidade de vida no trabalho inclui pelo menos seis dimensões: Física, Espiritual, Social, Profissional, Intelectual e Emocional.

O trabalho, para ser um agente promotor da saúde, deve atingir um significado especial para o ser humano que, através dele, se identifica perante os outros e a sociedade.

Dias e Mendes (2002) criticam a excessiva ênfase dada ao estilo de vida dos indivíduos nos processos de Promoção da Saúde no Trabalho. Esclarecem que a empresa ou organização de trabalho saudável deve promover a melhoria contínua das condições de saúde e de vida para seus trabalhadores. Isto inclui a efetiva participação destes em todas as fases do processo produtivo, desde a concepção até a participação nos lucros gerados pela atividade. O trabalho saudável implica reconhecimento, avaliação e eliminação ou controle dos fatores de risco para a saúde de natureza ambiental, econômica, organizacional, psicossocial, biológica, coletivos ou individuais, visando ao bem-estar dos trabalhadores e da comunidade.

FONTE: DANTAS, J. Trabalho e Coração Saudáveis. Aspectos psicossociais. Impactos na promoção da saúde. Belo Horizonte: ERGO Editota, 2007. 208p.

03/02/2009
Empauta.net
Saúde em Pauta

Colunista: Adriana Karla – Enfermeira


Atualmente, crise é a palavra que mais temos ouvido falar. Crise no mercado financeiro, crise no mercado imobiliário, crise mundial... O termo oriundo do latim tem a mesma equivalência da palavra vento. Ou seja, um fenômeno gerado por mudanças ou movimentos, influenciado por diversos fatores, sejam eles internos ou externos.
No campo da Psicologia, o conceito de crise é explicado como toda a situação de mudança a nível biológico, psicológico ou social, que exige da pessoa ou do grupo, um esforço suplementar para manter o equilíbrio ou estabilidade emocional. Pode ser definida como uma fase de perda, ou uma fase de substituições rápidas, em que se pode colocar em questão o equilíbrio da pessoa.

Embora uma crise nos deixe vulneráveis e nos imponha a níveis elevados de estresse precisamos estar preparados para enfrentar as situações adversas e termos a capacidade de adaptação.

A atitude e o comportamento do indivíduo frente a momentos difíceis é muito importante, ou seja, saber gerenciá-los é fundamental para manter a saúde e o bem estar biopsicossocial.
Um estilo de vida saudável é a escolha de um conjunto de ações habituais que favorecem o bem-estar, a saúde e a melhoria da qualidade de vida é o processo de capacitação para atuar no controle dos fatores determinantes da saúde.

Aplicaremos instrumentos e ferramentas da gestão de qualidade que podem ser úteis na promoção da saúde pessoal e no controle dos fatores que colocam a saúde em risco. Sejam eles: O ciclo PDCA que constitui a essência do controle da qualidade, quando falamos de gestão. No âmbito da promoção da saúde o planejar; executar; verificar e atuar corretivamente promove a melhoria contínua para a qualidade pessoal; e O Programa 5S originado de cinco letras iniciais de palavras japonesas (uma metodologia de aplicação da qualidade, conhecida mundialmente) que no conjunto, elas formam uma filosofia cultural organizada que pode ser aplicada na promoção da saúde.
1. Seiri (Senso de Seleção ou Utilização) Identificar e selecionar condições e fatores favoráveis e adversos à saúde e ao bem-estar, estabelecendo métodos de controle ou erradicação dos problemas;

2. Seiton (Senso de Ordenação, Arrumação) Ordenar a vida, em casa e no trabalho, estabelecendo prioridades;

3. Seisou (Senso de Limpeza) Eliminar todos os tipos de poluição (uso de drogas, excessos alimentares) e renovando idéias e princípios em busca da evolução continuada;
4. Seiketsu (Senso da Saúde) A preservação da saúde física e mental, por intermédio de ações consistentes e persistentes;

5. Shitsuke (Senso de Autodisciplina) Melhore constantemente. Desenvolva a força de vontade, a criatividade e o senso crítico. Respeite e cumpra o estabelecido.
A aplicação com sucesso desses princípios depende apenas da vontade do sujeito e será da nossa responsabilidade e a implantação da Gestão pela Qualidade na saúde como um processo de mudança de estilo de vida que requer perseverança e disciplina para o alcance do equilíbrio essencial para viver e ser humano.


Sugestão de leitura: Dantas, Julizar. Trabalho e coração saudáveis: aspectos psicossociais: impactos na promoção da saúde/Julizar Dantas – Belo Horizonte: ERGO Editora, 2007. Cap.15 - Qualidade Pessoal, p.155a159.


FONTE: http://www.empauta.net/col6/ler_noticia.php?cat=col6&id=50



Gestores despreparados podem prejudicar a saúde de seus colaboradores
CANAL RH - GESTÃO/TREINAMENTO: Quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

por Valéria Ignácio


Conseqüências positivas ou negativas que o trabalho provoca na saúde do trabalhador não podem ser atribuídas exclusivamente ao estilo de gerência das chefias. Mas está cientificamente provado que a falta de transparência na definição de objetivos e metas, assim como a inadequada comunicação e feedback na gestão de equipes, são decisivos como fatores que influenciam o clima organizacional e podem levar ao aumento da morbidade.
Um estudo sueco, divulgado no final do ano passado pelo Instituto Karolinska e Universidade de Estocolmo, concluiu que os profissionais sujeitos a chefias autocráticas estão 25% mais propensos à ocorrência de distúrbios cardiovasculares. A pesquisa, realizada com um universo de três mil trabalhadores, durante uma década, mostrou também que a permanência em ambientes de trabalho instáveis e arbitrários por quatro anos ou mais aumenta em 64% o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas.
Para o consultor e pesquisador em saúde pública e ocupacional, René Mendes, a combinação entre estilos de chefia e modelos de organizações é que irá determinar o clima organizacional. Variáveis como demanda, controle e suporte social conjugadas são, no seu entendimento, os elementos de um modelo científico que permite a melhor avaliação. “E hoje há uma evolução muito positiva nesse sentido”, observa.
Demanda, controle e suporte

A demanda, ou carga de trabalho, não pode ser responsabilizada de forma isolada por efeitos nocivos à saúde do trabalhador, explica Mendes. Segundo ele, ela é indissociável do controle ou autonomia que se tem para modificar as condições de trabalho. Aí, sim, surgem os problemas. “Chefias arbitrárias e insensíveis, associadas à alta demanda e baixa autonomia, podem provocar desgastes que levam à morbidade”, afirma o especialista.
As consequências são o agravamento de situações de estresse e a possibilidade de surgimento de distúrbios cardiovasculares. Dessa situação derivam, ainda, baixa motivação e comprometimento do desempenho e resultados das equipes.
A terceira variável do modelo – o suporte social – permitirá compensar eventuais descompassos na combinação das anteriores, alerta o professor René Mendes. A idéia de equipe solidária e de mecanismos de cooperação e tolerância surge, então, como componente desejável no estilo de gestão. “O chefe que delega, estimula a autonomia individual e coletiva e vale-se da criatividade na gestão do trabalho, valoriza suas equipes e obtém melhores resultados”, sentencia.

Consultor de grandes empresas em saúde ocupacional, ele sinaliza que os investimentos para avaliar o clima organizacional e transformá-lo de forma positiva têm sido crescentes nos últimos anos. “Valoriza-se, assim, a combinação entre estilos de chefia e modelos organizacionais.”
Ele sugere a leitura do livro Trabalho & Coração saudáveis: aspectos psicossociais. Impactos na Promoção da saúde. De autoria do médico do trabalho e cardiologista Julizar Dantas. A obra do coordenador da área de saúde da Petrobras na Refinaria Gabriel Passos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é uma referência esclarecedora sobre o assunto.
Um dos aspectos abordados no livro é a indissociável relação entre estresse permanente no trabalho e risco de infarto do miocárdio. Valendo-se de estudos e investigações realizados nos Estados Unidos e Europa, o autor aponta a maior mortalidade por doenças cardiovasculares nos trabalhadores submetidos a níveis elevados de pressão e exigência profissional.
Assim como os pesquisadores suecos, os especialistas brasileiros apontam o investimento na formação e desempenho dos gestores – levando em conta a avaliação que os subordinados fazem das chefias – como caminho seguro para diminuir riscos à saúde de seus funcionários.


FONTE: http://www.canalrh.com.br/Mundos/treinamento.asp?a=1


Jornal Estado de Minas - Domingo, 25 de janeiro de 2009

CADERNO EMPREGO


QUALIDADE DE VIDA

Foco na saúde

Vanessa Jacinto


Empresas de vanguarda elaboram programas de qualidade de vida e estão provando que é possível investir em produtividade, sem deixar de lado o bem-estar dos empregados

O tema qualidade de vida vem ganhando espaço nos projetos e debates das organizações. Se muitas ainda não adotam medidas para promover a saúde dos empregados, pelo menos já são capazes de reconhecer a íntima relação entre as transformações no mundo do trabalho e aquelas diretamente ligadas à vida do trabalhador.

Hoje se sabe que a falta de ocupação é patogênica, devastadora. Contudo, também é evidente que o exercício do trabalho, reconhecido pela Constituição Federal de 1988 como direito social do indivíduo, nem sempre proporciona saúde e bem-estar.

Embora pareça natural pressupor que, se a falta de trabalho adoece, as pessoas com trabalho garantido estivessem num outro patamar, isso efetivamente não ocorre. “Em vez de ser o meio mais digno de ganhar a vida, transforma-se em meio de perdê-la, ou de prejudicar sua qualidade, ou de perder a alegria de viver”, enfatiza René Mendes, consultor e pesquisador em saúde pública e ocupacional, referindo-se às características lesivas que o trabalho incorporou ao longo das décadas.

Para Julizar Dantas, cardiologista e médico do trabalho, é difícil escapar às exigências geradas por esse processo de reestruturação produtiva. Não se pode ignorar que os aspectos psicossociais do trabalho funcionam como fatores de risco à saúde e ao bem-estar, produzindo doenças psicossomáticas e, em especial, provocando impactos cardiovasculares.

Promover a saúde e pensar na qualidade de vida, portanto, é uma necessidade urgente. Felizmente, na tentativa de devolver ao trabalho seu verdadeiro sentido, algumas empresas assumiram posição de vanguarda ao desenvolver programas de promoção da saúde e de valorização da vida.

Elas perceberam a importância de realizar a verdadeira responsabilidade social, estendendo os benefícios oferecidos às famílias dos empregados e às comunidades onde eles vivem. Perceberam, também, a oportunidade de diminuir custos e de aumentar a produtividade. Numa organização saudável, em que a preocupação com a qualidade de vida é genuína, ocorrem menos acidentes, menos afastamentos e menos ausências. Por outro lado, aumentam a motivação e o comprometimento. Mais satisfeitos, os profissionais melhoram a performance, produzindo mais e com maior qualidade.


DOCUMENTO

Com base nessas constatações, a União Brasileira pela Qualidade reuniu uma equipe interdisciplinar e está finalizando a elaboração de um documento que poderá nortear as empresas na elaboração de projetos nessa área. A ideia é ajudá-las a integrar as ações de promoção da saúde aos processos de gestão organizacional e ao planejamento estratégico, com metas e indicadores específicos para a saúde dos trabalhadores.

De acordo com as orientações do documento, as organizações também devem estabelecer diretrizes para aumentar o suporte social proveniente da gerência, da supervisão e dos colegas, fornecer suporte instrumental eficaz, plano de carreira atraente e políticas de benefícios que atendam às necessidades do trabalhador e da família. Enfim, “o trabalho deve, para ser agente promotor de saúde, atingir um significado especial para o ser humano, que, por meio dele, se identifica perante os outros e a sociedade”, finaliza Julizar.


Jornal Estado de Minas - Domingo, 25 de janeiro de 2009

CADERNO EMPREGO


QUALIDADE DE VIDA

Felizes no trabalho

Vanessa Jacinto


A existência de um ambiente profissional satisfatório é condição indispensável para a promoção da saúde


As consequências positivas ou negativas do trabalho não estão vinculadas apenas às questões do ambiente físico. Uma série de pesquisas confirma o impacto do ambiente social na saúde do trabalhador. Insegurança, pressão por produtividade, excesso de afazeres e falta de tempo são alguns dos fatores que estão mudando as necessidades e expectativas dos empregados quanto à qualidade de vida dentro e fora das organizações.
Além de um ambiente físico seguro e saudável, eles querem transparência na definição de objetivos e metas, assim como reforçam a necessidade de uma adequada comunicação e feedback na gestão de equipes. “Todos esses são fatores que influenciam o clima organizacional e podem levar ao surgimento de doenças e à sensação de infelicidade”, explica João Gabriel Marques, professor de clínica médica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor do Sommos, uma empresa que presta consultoria na elaboração e implantação de programas de promoção de saúde e qualidade de vida nas organizações.
Um estudo realizado pelo Instituto Karolinska e Universidade de Estocolmo confirma a tese defendida pelo professor. A pesquisa concluiu que os profissionais sujeitos a chefias autocráticas estão 25% mais propensos à ocorrência de distúrbios cardiovasculares. Mostrou, também, que a permanência em ambientes de trabalho instáveis e arbitrários por quatro anos ou mais aumenta em 64% o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas.
No livro Trabalho & coração saudáveis: aspectos psicossociais, impactos na promoção da saúde, do médico do trabalho e cardiologista Julizar Dantas, existem diversas referências à relação entre saúde cardiovascular e existência de um ambiente profissional satisfatório.

O estresse, por exemplo, segundo o especialista, está fortemente associado ao risco de infarto do miocárdio. Valendo-se de estudos e investigações realizados nos Estados Unidos e na Europa, ele aponta a maior mortalidade por doenças cardiovasculares nos trabalhadores submetidos a níveis elevados de pressão e exigência profissional.

Outra pesquisa, feita pelo Gallup Management, nos Estados Unidos, avaliou os fatores que mais influenciam a atividade de profissionais das mais diversas áreas e confirmou que pessoas felizes estão melhor preparadas para gerenciar relacionamentos no emprego, estresse e processos de mudança. Além disso, felicidade e bem-estar, efetivamente, interferem no desempenho profissional. Os mais felizes também são os mais produtivos e mais comprometidos.

O estudo constatou ainda (colocando foco sobre os gestores nas organizações) que os líderes têm papel crucial no bem-estar e engajamento de suas equipes. Mais do que criar as bases para um ambiente profissional saudável, eles são diretamente responsáveis pela instauração de sentimentos positivos nos empregados, influenciando, por exemplo, seu humor e alegria.

Quando questionados sobre a afirmação, “meu supervisor reforça meus pontos fortes e características positivas”, 77% dos funcionários que se julgavam felizes concordaram plenamente com a afirmação. Por outro lado, apenas 23% dos pouco felizes e 4% dos infelizes responderam afirmativamente.


Jornal Estado de Minas - Domingo, 25 de janeiro de 2009
CADERNO EMPREGO


QUALIDADE DE VIDA

Estratégia corporativa

Vanessa Jacinto


Somente quem entende a relação entre características do ambiente profissional e qualidade de vida é capaz de buscar alternativas para transformar o ambiente organizacional numa fonte de saúde e de prazer. Segundo Julizar Dantas, a promoção da saúde depende de dois pilares. O primeiro visa à construção de ambientes adaptados às necessidades do ser humano. Trata-se do compromisso com a melhoria contínua das condições de saúde no trabalho, envolvendo a efetiva participação dos trabalhadores em todas as fases do processo produtivo. Inclui a intervenção sobre os fatores de risco ambientais, econômicos, organizacionais, psicossociais, biológicos, de natureza individual e do meio ambiente geral que colocam a saúde em risco. Incorpora os saberes e valores dos processos de gestão, saúde, segurança, meio ambiente, ergonomia e da higiene ocupacional, contribuindo para a transformação organizacional e promovendo uma resposta positiva na saúde e qualidade de vida dos trabalhadores.
O segundo pilar da promoção da saúde é a qualidade pessoal – o estilo de vida saudável. Trata-se da escolha de um conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas e favorecem o bem-estar e a saúde. São bons exemplos a adoção de um estilo de vida ativo e uma alimentação adequada, o estabelecimento de relações interpessoais assertivas e a capacidade de encarar o presente e o futuro de forma positiva.
Uma das empresas em que a existência de programas de qualidade de vida faz parte da estratégia organizacional é a Samarco Mineração. Segundo Rubens Bechara, coordenador da área de saúde e segurança, desde 2001, o norte na elaboração dos programas é a valorização da vida, colocando foco na saúde ocupacional, social, profissional, emocional, intelectual e espiritual dos trabalhadores. Na base conceitual do programa e na filosofia da empresa, a família do empregado e a comunidade onde ele vive também precisam ser atendidas. “Não há como isolar o indivíduo e pensar em sua atuação apenas no âmbito organizacional. Acreditamos que as ações e informações geradas para que cada um desfrute de uma vida mais saudável devem contemplar o trabalhador e as pessoas com as quais ele se relaciona”, enfatiza.
Controle rígido da segurança ocupacional, campanhas periódicas, palestras, realização de check-ups, incentivo à adoção de uma alimentação saudável e prática de atividade física são alguns dos investimentos da empresa em qualidade de vida.

Igualmente priorizado é o clima organizacional, que, na opinião de Rubens, deve ser aquele que faça o trabalhador se sentir seguro e peça importante nos resultados da empresa. Além de treinamento específico para gestores (que devem estar em sintonia com os valores da organização), incentiva-se a participação e a criatividade, o engajamento e o desenvolvimento profissional. “O resultado aparece nas pesquisas de clima, que medem a satisfação do empregado, e na própria produtividade. São cada vez menores nossos índices de afastamento e de acidentes e as avaliações periódicas do perfil epidemiológico indicam que a saúde na Samarco é cada vez melhor.”
Ricardo Torres, técnico de manutenção da empresa, lotado na unidade Germano, destaca o envolvimento da família como um dos maiores benefícios do programa de valorização da vida e afirma que seus hábitos mudaram totalmente desde de que foi sensibilizado pelas campanhas e palestras. Sua saúde melhorou.

A premiação pelas ideias que trazem soluções para a empresa é outro ponto positivo ampliando a satisfação com o trabalho. Na sua área, por exemplo, as soluções apresentadas pelos empregados acabam resolvendo os problemas com os quais eles convivem diretamente. “Já desenvolvemos peças e equipamentos que tornam o trabalho mais seguro e eficiente.”
O grande diferencial da empresa, entretanto, segundo ele, está no incentivo à busca do conhecimento e ao desenvolvimento do profissional, que amplia a sua empregabilidade, e o reconhecimento. “Nossas ações são valorizadas e há oportunidade para o diálogo. Esse clima organizacional é muito importante para manter baixos, mesmo em tempos de crise, os índices de ansiedade, de insegurança. Aliás, a gente se sente um pouco dono da empresa e importante no processo produtivo, de um modo geral”, afirma.


PARÂMETROS Na Refinaria Gabriel Passos (REGAP), Unidade da Petrobras em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde Julizar Dantas é médico-sênior, adotam-se parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a elaboração dos programas. A promoção de saúde, portanto, é entendida como um processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida, incluindo maior participação no controle dos fatores determinantes da saúde.

Baseadas no conceito de saúde integral, as ações de promoção da saúde contemplam os aspectos físico, intelectual, emocional, profissional, social e espiritual do trabalhador, além de avaliar e prevenir os impactos dos riscos ocupacionais e ambientais na saúde da força de trabalho e comunidades vizinhas.
Julizar explica que as ações também estão alinhadas com a Política Nacional de Saúde e com a Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador. Elas estão estruturadas em diretrizes para a gestão integrada em segurança, meio ambiente e saúde e a construção de ambientes organizacionais saudáveis e seguros. “Trata-se de um conjunto de ações voltadas para o reconhecimento, avaliação e controle dos fatores ambientais gerados pelo trabalho que possam causar doença, comprometimento da saúde e do bem-estar ou significativo desconforto e ineficiência entre os trabalhadores, assegurando padrões adequados de saúde e bem-estar no ambiente de trabalho.”


4th International Conference on Work Environment and Cardiovascular Diseases

March 9 to 11, 2005

Newport Beach, California

Conference Abstracts

Session: Pos Abstract No: 088. Page 64 of 68

Author(s): Julizar Dantas, Rene Mendes,Tania Araujo

Title: ASSOCIATION BETWEEN PSYCHOSOCIAL JOB CHARACTERISTICS AND ARTERIAL HYPERTENSION IN AN OIL REFINERY IN BRAZIL
Format: Poster

Productivity restructuring repercussions on work organization are related to labor burden and to worker's strain, what may determine new forms of disease. This study aimed to investigate the association between some job psychosocial characteristics, based on the Job Strain Model, and the prevalence of arterial hypertension among workers in an oil refinery in the State of Minas Gerais, Brazil. A case-control study design comprised 229 workers (65 hypertensive and 164 normal blood pressure workers). The associations between arterial blood pressure and job strain and working hours were explored. The Job Content Questionnaire was used to measure job strain. The results of this study revealed no association between high strain and arterial hypertension. However, this study showed that social support was higher in low strain and active jobs as compared to high strain jobs (p<0.001). Further the risk of losing one's job was associated to high strain job (p< 0.001). This study failed to find any association between: a) high strain job and smoking/consumption of alcoholic beverages; b) long journeys and hypertension; c) shift work and hypertension, consumption of alcoholic beverages or smoking. Although this study did find association between psychosocial factors and arterial hypertension, there is some evidence that high strain job may determine other forms of disease. High strain jobs concentrated higher working risk situations than the other types of jobs.

We concluded that health promotion at work should include efforts to reduce workload and worker's strain, by using more flexible schemes of work organization (improvement of decision latitude; intelligent use of worker's skills and creativity, and regulation of working demands), reduction of job insecurity and improvement of social support, provided by both management and workers.

Revista Proteção

N°172 - Abril de 2006

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Entrevista
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Médico fala sobre gerenciamento do estresse nas empresas

Julizar Dantas, médico do Trabalho e cardiologista é um estudioso dos fatores que geram estresse no trabalho e de suas conseqüências para a saúde física e mental. A relação da hipertensão e de doenças coronarianas com o desgaste no trabalho vem sendo investigada por ele. Identificados os vilões do estresse laboral ele dá dicas sobre como promover a saúde nas empresas.

FONTE: http://www.protecao.com.br/novo/template/page.asp?cod=529&CodMenu=529&Lbt=0

UBQ - UNIÃO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE [ Sala de Imprensa ]
Releases | Noite de autógrafos no lançamento do livro “Trabalho e Coração Saudáveis”
Foi lançado no dia 9 de novembro, na Fiemg Trade Center, o livro “Trabalho e Coração Saudáveis”, do autor e médico Sênior da Petrobras e também especialista em cardiologia, Julizar Dantas. A obra chama atenção para os aspectos psicossociais e os impactos do trabalho na promoção da saúde.
Nessa publicação o autor retrata sua experiência como cardiologista e médico do trabalho, mostrando como cada pessoa pode gerenciar os diversos componentes do estilo de vida com o objetivo de preservar a saúde do coração. As recomendações citadas na obra envolvem tratamento adequado das doenças que podem repercutir sobre o coração, hábitos dietéticos, alimentares, exercícios físicos e gerência do estresse.

O livro é muito útil enquanto norteador de atitudes pessoais, mas também para subsidiar o médico do trabalho na orientação aos trabalhadores da empresa para a qual desempenha suas atividades profissionais dentro do processo gerencial de qualidade de vida.

De acordo com o autor, a promoção da saúde depende das atitudes individuais e da atitude das empresas. “É necessário que as pessoas entendam a importância das atividades físicas regulares, de uma alimentação saudável e da eliminação de fatores de risco. Quanto às empresas, muitas já se preocupam com a prevenção do estresse e a saúde no trabalho” aponta Julizar Dantas. O livro “Trabalho e Coração Saudáveis – Aspectos psicossociais: impactos na promoção da saúde” é recomendado aos diversos setores das empresas, como Recursos Humanos, Saúde, Segurança e Gestão de Pessoas.
Durante a noite de lançamento estiveram presentes médicos da Unimed, BIOCOR e funcionários da Petrobras. Dentre eles o autor e gerente-geral da Refinaria Gabriel Passos, João Ricardo Barusso Lafraia, que recentemente, lançou junto com os autores Carmem Pires Migueles e Gustavo Costa de Souza, a obra “Criando o Hábito da Excelência – Compreendendo a força da cultura na formação da excelência em SMS”.

Segundo o autor Lafraia, a publicação retrata a busca da Petrobras pela excelência nas questões de SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança). Qual a influência da cultura da organização sobre o trabalho das pessoas, como ela alavanca e às vezes atrapalha a busca pela excelência. “Hoje vivemos a era da responsabilidade social e a primeira responsabilidade que a empresa deve ter é com a saúde e segurança de seus trabalhadores e com o meio ambiente da comunidade que vive no entorno. Por isso, é muito importante debater sobre esses temas que são atuais e que não podem ser, de forma alguma, negligenciados pelas organizações”, destaca.

http://www.ubq.org.br/conteudos/Detalhes.aspx?IdConteudo=165

FUNDAÇÃO UNIMED

PORTAL UNIMED

NOTÍCIAS - 07/11/2007

Professor da Fundação Unimed lança livro sobre o trabalho como fonte de saúde e prazer


"Trabalho e Coração Saudáveis" é o título da obra.
O médico e professor da Fundação Unimed, Dr. Julizar Dantas, lança no próximo dia 9 de novembro, o livro "Trabalho e Coração Saudáveis". A obra chama atenção para os aspectos psicossociais e os impactos do trabalho na promoção da saúde.

Nessa publicação o autor retrata sua experiência como cardiologista e médico do trabalho, mostrando como o trabalho afeta a saúde das pessoas e, sobretudo como buscar uma vida mais saudável, transformando o trabalho em fonte de saúde e de prazer.

O livro ainda apresenta uma visão multidisciplinar, que visa orientar as ações das empresas e da área de saúde. Segundo Dantas, a promoção da saúde depende de dois pilares: das atitudes individuais e da atitude das empresas. "É necessário que as pessoas entendam a importância das atividades físicas regulares, de uma alimentação saudável e da eliminação de fatores de risco. Quanto as empresas muitas já se preocupam com a prevenção do estresse e a saúde no trabalho", diz.

A publicação escrita em linguagem acessível , também é dirigida aos diversos setores das empresas, como recursos humanos, saúde, segurança e gestão de pessoas.
Dr. Julizar Dantas é médico, mestre em saúde pública, especialista em Cardiologia e Medicina do Trabalho e professor titular da disciplina "O trabalho como promotor da saúde", do curso de Pós-Graduação em Promoção da Saúde da Fundação Unimed.


Monica Magella

Analista de Comunicação e Marketing

http://www.fundacaounimed.org.br/

REVISTA PROTEÇÃO:

Trabalho e coração saudáveis. Aspectos psicossociais e impactos na promoção da saúde são abordados no livro “Trabalho e coração saudáveis”, da Ergo Editora. A Promoção da Saúde no Trabalho se sustenta em dois pilares. O primeiro visa à construção de ambientes adaptados às necessidades do ser humano. Inclui a intervenção sobre os fatores de riscos ambientais, econômicos, organizacionais, psicossociais, biológicos, de natureza individual e do meio ambiente em geral, que colocam a saúde em risco. O segundo pilar da Promoção da Saúde é a qualidade pessoal - o estilo de vida saudável. São bons exemplos, a adoção de um estilo de vida ativo e uma alimentação saudável, o estabelecimento de relações interpessoais assertivas e a capacidade de encarar o presente e o futuro de uma forma positiva. O autor, Julizar Dantas, é médico sênior da Petrobras, Mestre em Saúde Pública, Especialista em Cardiologia e Medicina do Trabalho e professor em cursos de pós-graduação. Informações www.ergoltda.com.br.

FONTE: http://www.protecao.com.br/novo/template/page.asp?menu=518&codmenu=51

PORTAL UNIMED JOÃO PESSOA - [07/11/2007 às 10h32]

Livro mostra como transformar o trabalho em fonte de saúde e prazer
De forma positiva ou negativa, o trabalho afeta a vida das pessoas. Mas, com algumas atitudes, ele pode ser transformado em fonte de saúde e de prazer. Este é um dos pontos abordados no livro “Trabalho e Corações Saudáveis”, de autoria do cardiologista e médico do trabalho Julizar Dantas, professor da Fundação Unimed.

A obra chama a atenção para os aspectos psicossociais e os impactos do trabalho na promoção da saúde. Apresenta, ainda, uma visão multidisciplinar, que visa orientar as ações das empresas e da área de saúde.

Segundo Julizar Dantas, a promoção da saúde depende de dois pilares: das atitudes individuais e da atitude das empresas. “É necessário que as pessoas entendam a importância das atividades físicas regulares, de uma alimentação saudável e da eliminação de fatores de risco. Quanto às empresas, muitas já se preocupam com a prevenção do estresse e a saúde no trabalho”, afirma.
Escrito em linguagem acessível, o livro é dirigido a diversos setores das empresas, como recursos humanos, segurança e gestão de pessoas. O lançamento será no próximo dia 9, às 18h30, no FIEMG Trade Center, localizado à rua Timbiras, 1200 – 2º andar, bairro Funcionários, em Belo Horizonte (MG).

SOBRE O AUTOR

Julizar Dantas é médico, mestre em saúde pública, especialista em Cardiologia e Medicina do Trabalho e professor titular da disciplina "O trabalho como promotor da saúde", do curso de Pós-Graduação em Promoção da Saúde da Fundação Unimed.

FONTE: http://www.unimedjp.com.br/sistema/noticias.php?id=2355

PETROBRAS
AB Notícias – Notícias de quem faz a PETROBRAS

Ano 2 - Nº 397 - 16/11/2007

 

Médico da REGAP lança livro sobre saúde e qualidade de vida

O médico do trabalho da REGAP, Julizar Dantas/SMS, lançou, no dia 9 de novembro, seu terceiro livro, "Trabalho e Coração Saudáveis. Aspectos psicossociais. Impactos na Promoção da Saúde”, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, FIEMG. Ao mesmo tempo, o gerente geral da Regap, João Ricardo Barusso Lafraia, autografou seu livro “Criando o hábito da excelência”.

Segundo Julizar, a promoção da saúde no trabalho se sustenta em dois pilares: a construção de ambientes adaptados à necessidade do ser humano e o estilo de vida saudável. O primeiro inclui todas as fases do processo produtivo: intervenção sobre os fatores de risco ambientais, econômicos, organizacionais, psicossociais, biológicos, de natureza individual e do meio ambiente geral, que colocam a saúde em risco. O outro trata da escolha de um conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas e favorecem o bem-estar e a saúde.

“O nosso objetivo ao publicar o livro ‘Trabalho & Coração saudáveis’ é contribuir para a adoção de práticas organizacionais e de estilo de vida comprometido com a saúde”, revela o médico.

Julizar Dantas é mestre em saúde pública, especialista em Cardiologia e Medicina do Trabalho, professor da Fundação Unimed e membro da Equipe de Promoção da Saúde da União Brasileira para a Qualidade -UBQ.



UBQ - UNIÃO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE

Artigos | Trabalho e Coração Saudáveis

*Julizar Dantas

Vivemos em um tempo acelerado. As 24 horas do dia já não são suficientes para tanta coisa a fazer. O mundo corporativo se transformou numa roda-viva movida pelas engrenagens da globalização da economia e da reestruturação produtiva. Diante dessa realidade, não podemos ignorar que os aspectos psicossociais do trabalho funcionam como fatores de risco à saúde e ao bem-estar, produzindo doenças psicossomáticas e, em especial, provocando impactos cardiovasculares. Emerge uma realidade assustadora. Estresse, obesidade, hipertensão arterial, diabetes tipo II, alterações do colesterol e triglicérides, síndrome metabólica, uso do fumo e o abuso de bebidas alcoólicas assumem uma dimensão em nível de saúde pública.

Nesse contexto, convivem as pessoas e os profissionais que exercem a liderança, as equipes de recursos humanos, segurança, meio ambiente e saúde ocupacional. Todos são responsáveis pela conciliação da produtividade com a promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas.

A resposta que podemos dar é a Promoção da Saúde. Ela é assim conceituada pela Organização Mundial de Saúde: o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da qualidade da vida e saúde. Inclui uma maior participação no controle desse processo e estabelece que, para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. O trabalho deve ser fonte de saúde para as pessoas e a organização social do trabalho deve contribuir para a constituição de uma sociedade mais saudável.

A Promoção da Saúde no Trabalho se sustenta em dois pilares. O primeiro visa à construção de ambientes adaptados às necessidades de ser humano. Trata-se do compromisso com a melhoria contínua das condições de saúde no trabalho, envolvendo a efetiva participação dos trabalhadores em todas as fases do processo produtivo. Inclui a intervenção sobre os fatores de risco ambientais, econômicos, organizacionais, psicossociais, biológicos, de natureza individual e do meio ambiente geral, que colocam a saúde em risco. Incorpora os saberes e valores dos processos de gestão, saúde, segurança, meio ambiente, ergonomia e da higiene ocupacional, contribuindo para a transformação organizacional e promovendo uma resposta positiva na saúde e qualidade da vida dos trabalhadores.

O segundo pilar da Promoção da Saúde é a qualidade pessoal – o estilo de vida saudável. Trata-se da escolha de um conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas e favorecem o bem-estar e a saúde. São bons exemplos a adoção de um estilo de vida ativo e uma alimentação saudável, o estabelecimento de relações interpessoais assertivas e a capacidade de encarar o presente e o futuro de uma forma positiva.

*Julizar Dantas é Médico Sênior da PETROBRAS, Mestre em Saúde Pública (Área de concentração em Saúde e Trabalho) pela Faculdade de Medicina - UFMG, Especialista em Cardiologia e Medicina do Trabalho, Professor em Cursos de Pós-Graduação na Área da Saúde e membro da Equipe de Promoção da Saúde da UBQ.

FONTE: http://www.ubq.org.br/conteudos/detalhes.aspx?IdConteudo=142

EVENTOS UBQ |
Lançamentos de Livros
Nome: Lançamento do Livro - Trabalho & Coração Saudáveis
Data: Dia 9 de novembro de 2007

Descrição:

C O N V I T E

A Diretoria de Promoção da Saúde da UBQ e o autor Julizar Dantas convidam para o lançamento do livro " TRABALHO & CORAÇÃO SAUDÁVEIS. Aspectos psicosociais. Impactos na Promoção da Saúde" - ERGO Editora

O autor

Julizar Dantas é Médico Sênior da PETROBRAS, mestre em saúde Pública (área de concentração em Saúde e Trabalho) pela Faculdade de Medicina - UFMG, Especialista em Cardiologia e Medicina do trabalho e Professor em Cursos de Pós-Graduação.


Mais Informações:

Data: 09/11/2007 ( sexta feira
Horário: 18h30 às 22h
Local: FIEMG Trade Center
Rua Timbiras, 1200 - 2º andar - bairro Funcionário - belo Horizonte - MG (ao lado da Igreja da Boa Viagem)
Investimento:
Evento gratuito - para confirmar sua participação faça já sua inscrição!